De gandula a preparador físico
“Pedia para ser gandula nos jogos do Santa para ver de perto como era feito o aquecimento e sentir aquela adrenalina contagiante”
“Muita coisa aconteceu. A experiência foi incrível. Vou tentar detalhar”. Sérgio Brandalize Scur, 26 anos, acadêmico da 7ª fase de Educação Física, residente em Rio do Sul, tem sim muitas boas histórias para contar.
Atualmente, ele integra a Comissão Técnica da Base do SANTA CATARINA CLUBE, como preparador físico. Mas, a trajetória do garoto simpático, que sabe muito bem o que quer, começou a mudar no final de 2024 quando acompanhou a equipe técnica do Santa na pré-temporada, em São Paulo.
E, como já deu para perceber, não parou por aí. Continuou com o time durante os jogos do Campeonato Catarinense da Série A, em 2025, e agora está à frente da turma da Base.
Sérgio conta um pouco dessa experiência, que envolve determinação e conhecimentos adquiridos em diversas unidades curriculares. Experiências que criam conexões inovadoras que vão além da sala de aula.
Como iniciou essa trajetória com o Santa Catarina Clube?
Foi através de indicações de pessoas diretamente envolvidas com o Clube. Fui convidado para auxiliar o preparador físico, Carlos Alberto Bedin (Gamarra) na pré-temporada na cidade de ITU, interior de São Paulo. Fizemos alguns jogos-treinos onde pude conhecer a Capital São Paulo. Com o início do Campeonato Catarinense da Série A, em janeiro/2025, fui relacionado para as viagens nos jogos fora de casa. Então, estive em Florianópolis, Criciúma, Balneário Camboriú, Xanxerê, Tubarão e Joinville.
Como foi (e está sendo) essa experiência no Santa?
Tenho outra visão quando se fala de futebol agora. Minhas vivências nos jogos, nas preleções, nos treinamentos e os minutos antes de iniciar o aquecimento para os jogos é uma adrenalina muito boa. E, por falar em adrenalina, tenho uma pequena história para contar. No último treino antes da estreia no Campeonato Catarinense Série A contra o Avaí, o professor Ademir Fesan falou que eu iria junto para ajudar o Gamarra (preparador físico na época). Vibrei. Era fantástico trabalhar com o time profissional e ser relacionado para viajar. Mas, logo soube que não seria possível, devido ao orçamento financeiro do Clube. Então, me deixaram responsável por fazer um trabalho de força na academia com os não relacionados para o jogo. Confiaram em minha capacidade e eu já estava feliz. No dia seguinte, o preparador físico Gamarra aceitou uma proposta de outro time e viajou. Logo ao acordar, vi uma notificação no meu celular do professor Ademir: “Serginho arruma sua mala, pois você vai junto para Florianópolis comandar o aquecimento contra o Avaí na nossa estreia no Catarinense”. Assim, no dia 15/01/2025, às 19h50, teve início o meu primeiro trabalho profissional. E, lá fui eu, com uma caneta e um caderno com tudo o que havia anotado na pré-temporada. Emoção! E, pensar que um ano atrás eu pedia para ser gandula nos jogos do Santa na Série B para ver como era feito o aquecimento e sentir aquela adrenalina contagiante. Um ano depois lá estava eu, fazendo o aquecimento no Estádio do Avaí com mais de 10 mil pessoas gritando e torcendo.
Quais atividades você pôde desenvolver junto ao Santa?
Com a experiência como auxiliar do preparador físico na pré-temporada, fui contratado para atuar na Base do Santa Catarina. Atuo na preparação física do grupo. Toda a comissão técnica da Base e do Profissional me ajudaram para minha evolução profissional e pessoal e, por isso, ganhei muita experiência para atuar na Base. Agradeço de coração os ensinamentos do Gamarra e, agora, do novo preparador físico Rodrigo Quito, bem como, de todos os demais colegas da equipe. Aprendi muito na questão de gestão de pessoas; prescrição de treinamento, tanto na parte física quanto na tática; suplementação, logísticas para viagens, alimentação. Ou seja, em ter profissionalismo em tudo.
Há mais projetos previstos para breve?
Pretendo seguir na área da preparação física do futebol. Estou vendo algumas especializações para me aprofundar nessa profissão como: fisiologia do exercício e biomecânica do movimento. O objetivo é concluir minha Graduação no momento. Quando me graduar, almejo voos maiores e quero trabalhar com futebol de alta performance.
O que recomendas em relação a vivências como essas durante a faculdade?
A experiência que tive no Santa Catarina foi surreal. Faltam palavras para descrever tudo o que vivenciei nesses quatro meses. Cada dia eu aprendia uma coisa nova. O que se evolui como profissional e como pessoa não está escrito.
Então, corram atrás dos seus objetivos. Tentem, ao máximo, obter todo tipo de experiências possível. Assim, quando chegar na reta final da Graduação se terá uma ideia do que se pretende e do que se gosta de trabalhar. Foi o que eu fiz e valeu muito a pena cada experiência e cada batalha vencida nos meus anos de Graduação.